Solano rouba cena no filme ‘Novela das 8’ ao beijar outro ator. 'Isso não faz de mim mais ou menos veado'
Ator vive um diplomata que descobre sua homossexualidade com um jovem estudante
Quando o filme “Novela das 8”, estrelado por Claudia Ohana e Vanessa Giácomo, foi exibido no Festival do Rio, ano passado, um personagem coadjuvante monopolizou os comentários do público. Só se falava no beijo gay que Mateus Solano, intérprete do diplomata João Paulo, dá em Paulo Lontra, que vive o estudante Caio. A polêmica voltará com tudo agora: o longa de Odilon Rocha acaba de chegar aos cinemas.
“O grande barato de ser ator é poder fazer coisas que não vou fazer na minha vida real. Beijar um homem na boca é só mais uma dessas coisas”, garante Solano, casado com a atriz Paula Braun. “Da mesma forma que, quando beijo uma mulher, não vou desenvolver nenhum sentimento por ela porque é minha companheira de trabalho, não é por beijar um homem que vou virar mais ou menos veado.”
O ator assegura que não precisou vencer preconceito algum e não viu problema em rodar a cena. “Meu único problema é com barba malfeita. Fica tudo vermelho, uma droga. A ala gay rala. Barba malfeita com barba malfeita é a maior ralação. Tem de ser muito macho”, diz ele, dando risada.
Solano conta que o diretor ficou preocupado, até demais, com o que ele acharia da cena. Mas, para o ator, a única preocupação era que não ficasse caricato e não causasse incômodo ao público: “Queria que a beleza, a sensualidade e o desejo que vemos entre um casal hétero estivessem ali, entre dois homens. E ficou muito bonito. É uma cena viril, de dois machos se pegando, tem testosterona. O público brasileiro não costuma ver isso, o gay sempre aparece afetado. É importante trazer essa normalidade para o homossexual”.
Não é a primeira vez que Solano beija um homem em cena. No teatro, o parceiro foi seu amigo Álamo Facó, na peça “O Lobo n 1 – A Estepe”. Antes disso, na minissérie “Um Só Coração”, ele chegou a gravar um beijo gay, que foi cortado. “Sou uma bicha rodada”, brinca ele, antes de comentar a censura na TV: “O dia em que o público brasileiro quiser ver um beijo gay ele vai aparecer. A TV é uma empresa, que funciona de acordo com o que o consumidor quer”.
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